Sob o tema “Reimaginando o Amanhã”, o primeiro dia do Meeting Festuris transformou o Serra Park, em Gramado, em um palco de inspiração para mais de 800 profissionais do turismo. A manhã de sexta-feira (7) foi uma poderosa declaração de que o turismo do futuro vai muito além do visual; é uma experiência que se sente no coração, no paladar e na memória. Uma experiência com cheiro, sabor e, acima de tudo, afeto.
A abertura contou com vozes autorizadas para traduzir essa visão. O arquiteto e urbanista Leônidas Oliveira e o secretário do Turismo do RS, Ronaldo Santini, defenderam que o desenvolvimento sustentável dos destinos passa pela valorização de suas essências. “Viajar é compreender e dar sentido à sua existência a partir da experiência da sua viagem”, refletiu Oliveira.
Com um chimarrão em punho e convidando o público para um animado canto de “Vida no Sul”, o secretário Santini foi a personificação da cultura gaúcha. Ele transformou o simples ato de tomar mate em uma metáfora poderosa para o turismo: “Não é só um chá, é um ritual”. Em um relato pessoal e emocionante, Santini confessou que já pensou em abandonar a bombicha ao se mudar para Porto Alegre, mas que hoje entende: “Aquilo que muitas vezes escondemos por vergonha ou preconceito passou a ser nosso maior ativo turístico. Nossa maior fortaleza está em valorizar a própria identidade”.
O Toque de Ouro no Turismo: Daiane dos Santos
Se a manhã foi sobre essência, um dos momentos de pico foi a entrada em cena de uma verdadeira heroína nacional: Daiane dos Santos. A campeã mundial de ginástica artística, cuja trajetória é um exemplo puro de superação e determinação, trouxe para o debate uma lição inquestionável: a tecnologia não substitui o calor humano.
Com a mediação de Lu Thomé, Daiane falou sobre sucesso, futuro e a conexão direta com o turismo. “Nossas experiências são feitas por gente. Ao falar em experiência, estou falando de pessoas, de contato, de memórias”, afirmou, ecoando com a força de quem conquistou o mundo não apenas com técnica, mas com alma. Sua presença foi um lembrete brilhante de que as memórias mais valiosas de qualquer viagem são as que são construídas através de encontros genuínos.
Essa visão foi complementada por Roberto Lopes, conselheiro de empresas, que, ao discorrer sobre os avanços da Inteligência Artificial, fez um alerta crucial: “Não viva sem, mas não se torne refém”. A ferramenta, segundo ele, deve ser uma aliada estratégica para personalizar roteiros e otimizar negócios, sempre com a criatividade e a gestão humanas no comando.
O painel sobre hospitalidade, com Cris Mors (Rede Laghetto) e Michel Daros (Abrastur), reforçou como o acolhimento na rede hoteleira é um motor econômico para os destinos. Já Aline Miranda, do Sebrae/SC, mostrou na prática como superar desafios complexos, apresentando o case da Georrota – um roteiro que une dois estados, sete municípios e mais de 250 empresas em uma só experiência.
O primeiro dia do Festuris deixou claro: o amanhã do turismo será escrito por quem ousa valorizar suas raízes, abraçar a tecnologia com sabedoria e, seguindo o exemplo de Daiane dos Santos, colocar paixão e humanidade em cada detalhe. Um começo simplesmente deslumbrante.
Fotos: Festuris/Divulgação



